sexta-feira, setembro 23, 2005

Metodologia

Pelo fato da metodologia ser elaborada para se criar ambientes pedagógicos como ferramentas de ensino-aprendizagem, encontramos apoio num conceito chamado de “paisagismo pedagógico[1]” (learnscaping). Ele engloba a concepção de (design), o desenvolvimento e a implantação de recursos especiais nas dependências das escolas para complementar os processos de ensino na sala de aula. Tratar o ambiente das escolas como elemento impulsionador da aprendizagem é uma idéia baseada na integração do desenvolvimento da paisagem interna, em conjunto com o currículo. Para dar suporte adicional ao projeto, compomos com as idéias da permacultura. A teoria central da aprendizagem contida nestes conceitos de design tem pontos comuns. A permacultura, do mesmo modo, envolve o aprendiz no propósito e valor da ação educativa. A permacultura dá um referencial conceitual útil para considerações futuras sobre sociedades sadias, auto-sustentáveis. Além de sua contribuição às técnicas de projeto e pormenores administrativos, a permacultura da um ousado passo pela re-definição de nosso papel mais apropriado na Terra. A criança torna-se um participante ativo, co-responsável pelos resultados obtidos no processo de ensino-aprendizagem. “A permacultura estimula o indivíduo a ser engenhoso e autoconfiante, tornando-se parte da solução dos muitos problemas que enfrentamos, tanto em nível mental, local como global. Ela cobre uma ampla faixa de atividades, indo da produção de nosso alimento ao desenho de nossas áreas residenciais e administração dos recursos naturais, passando pelas atividades diárias nas quais investimos nosso tempo, habilidades e dinheiro” (Jornal Internacional de Permacultura, nº54) A implantação do experimento educativo “Sítio Pedagógico” acontecerá através de uma abordagem ecopedagógica interdisciplinar, com ciclos de oficinas práticas e teóricas de capacitação e formação ambiental, envolvendo diretamente professores, funcionários e alunos monitores e indiretamente toda a comunidade escolar. Os ciclos se subdividem em conteúdos teóricos, com palestras, dispositivos didáticos lúdicos e de sensibilização natural. Já as oficinas práticas envolvem a produção de arte reciclagem, a ecocnstrução de jardins produtivos e o estudos do meio. As instruções são repassadas com o auxílio de materiais ecodidáticos como, diário de bordo, apostilas, jogo educacional, planilhas de monitoramento e um CD rom educativo do programa, no qual o professor terá subsidio para trabalhar a interdisciplinaridade e os temas transversais da educação continuamente. A autogestão pedagógica e a autonomia espiritual O experimento educativo é permanente e organizado por autogestão pedagógica onde alunos, professores e funcionários coletivamente desencadearão e sustentarão a funcionalidade do sítio pedagógico. Na ecoformação será utilizado meios de monitoramento, manutenção e avaliação do experimento ecológico. Por isso, envolve a formação de professores e alunos monitores que acompanharão o processo de implantação e desenvolvimento e serão os futuros multiplicadores da ação para as séries e anos seguintes. Nas vivências de autogestão pedagógica, que envolvem pessoas e coletivos, deixa-se claro que o objetivo maior é sugerir que existe no auto-envolvimento das pessoas um despertar imediato do desejo de autonomia. E acima de tudo, a forma como cada um se identifica, no sentido de que a sua própria percepção é a chave para compreender o que vai acontecer com ele mesmo. Por isso, iniciar um processo educativo que valorize a capacidade pró-ativa das pessoas envolvidas é fundamental, para superar qualquer auto-imagem negativa gerada pela sua condição social. Cada pessoa precisa descobrir-se como parte do ecossistema local e da comunidade biótica, seja em seu aspecto de natureza, seja em sua dimensão cultural. O protagonismo essencial será o de cada um, de quem queira aprender. Protagonismo é assumir o papel principal na definição da situação conflitiva. A dinâmica própria do campo pedagógico, as atividades de expressão, dão um suporte ao protagonismo de crianças e adultos que evoluem então desenvolvendo seu desejo de aprender. Este protagonismo é muito diferente da “criança ativa” proposta pela didática da chamada escola ativa que organiza o processo através dos objetivos predeterminados. (DINELLO) Visto sua íntima relação ao sujeito e ao ato criativo em busca de autonomia, podemos perceber a expressão criativa como: · um manifestar da existência · uma via de descobrimento e desenvolvimento de potencialidades do educando; · uma forma de integração sócio-cultural · uma via de processar aprendizagens comportamentais e cognitivos · uma instrumentalização metodológica para a sistematização conceitual O aprendizado é assim um encontro do sujeito que se forma em seu descobrimento, em sua compreensão do objeto (o Sítio), em assumir suas condutas de comportamento. Assim, ele é chamado a descobrir inteligentemente o funcionamento do mundo que lhe rodeia. A proposta por meio ambiente pedagógico – de expressão lúdico criativa – as atividades são um permanente estímulo ao desenvolvimento da personalidade da criança, jovem e do adulto que assim continua mentalmente e socialmente ativo. O aprendizado corresponde a um processo individual que está conectado por um contexto sócio-cultural-ambiental e uma experiência concreta significativa. Agora, precisamos recriar a concepção de que a vida implica criação permanente do novo. “O todo é a conseqüência do envolvimento de todas as partes” * Obs: O projeto conta também com o desenvolvimento cooparticipativo de um página na net “Sítio Pedagógico” (www.sitiopedagogicobrasil.blogspot.com) com alunos e professores, para a inserção digital do experimento e dos participantes. Desta forma vai sendo incluído os estudos sequenciais obtidos no experimento, relatos do desenvolvimento da experiência (monitoramento e avaliação a distância) e o diário de bordo dos participantes. [1] O ato de utilizar o paisagismo como instrumento focalizador da aprendizagem.